Sobre mim — Lorrane, criadora do Astéria
Há menos de um ano eu nunca tinha saído do meu país.
Hoje, escrevo este texto do meu quarto destino internacional.

Sou a Lorrane, tenho 23 anos, e este é o meu universo: o Astéria. Um espaço onde viajo pelo mundo, mas também pelas emoções que cada passo me traz.

Viajar sempre foi um sonho reprimido. Sabe por quê? Aos 13 ou 14 anos, eu via vídeos de mulheres viajando sozinhas pelo mundo — e quase sempre a história terminava em tragédia. Meu corpo aprendeu a acreditar que isso era impossível para mim. Eu pensava em ser au pair, mas parecia coisa de outro planeta.

Naquela época, eu morava com minha mãe e meu irmão mais novo. Ela trabalhava muito, inclusive viajando por semanas, e eu cuidava dele como se fosse meu próprio filho. Sentia que minha mãe sempre precisaria de mim, e isso reforçava a ideia de que eu nunca viajaria.

Mesmo assim, havia um sonho insistente: conhecer o Vietnã. Não sei explicar, mas algo naquele país me chamava — e ainda chama.

Com 17 anos, me mudei para São Paulo para morar com minha tia e comecei a trabalhar como vendedora no centro. Desde então, tentei abrir vários negócios, principalmente na área de estética. Então veio a pandemia. Me vi perdida, trabalhando como babá em tempo integral, e os planos de empreender ficaram suspensos.

Quando a pandemia acabou, me desviei do meu caminho: festas, álcool, drogas. Essa parte merece uma coluna só para ela.

Aos 20 anos, virei social media e filmmaker de uma clínica de estética. Foi quando vi um vídeo de uma menina fazendo voluntariado em outro país, cuidando de ovelhas. Meu coração disparou. Pensei: “Mas eu tenho um trabalho, um relacionamento sólido… que ideia mais sem sentido.” E deixei para lá.

Chegando aos 23, morando com meu namorado, eu sempre sugeria viagens. Ele sempre dizia: “Vamos gastar todo nosso dinheiro.” E aquilo doía. No final de 2024, o relacionamento acabou. Comecei a viajar sozinha pelo Brasil e a conhecer pessoas incríveis que hoje fazem parte dessa jornada.

Foi aí que a ideia veio: e se eu vendesse tudo e fosse para a Europa sem data para voltar? Sessenta dias depois, embarquei para a Inglaterra.
Minha mãe foi quem plantou essa semente. Um dia, ela disse: “Você trabalha remotamente. Por que não vende tudo e vai viajar?” Eu nem pensei. Não tive medo naquele momento — foi uma linha tênue entre pensar e fazer.

Claro, o medo veio depois. Quinze dias antes da viagem, ele bateu forte. Mas o medo é só um sentimento. Ele é o lado negativo contando a sua versão. O lado positivo chama coragem. E eles são iguais em força. Assim como o medo pode te parar, a coragem pode te fazer seguir.

Hoje estou na Albânia, com passagem comprada para a Ásia. Um passo mais perto do Vietnã.
O blog nasceu junto com esse novo capítulo da minha vida — e, assim como no YouTube, aqui vou mostrar tudo: a coragem, o medo, a solidão e a beleza real dos dias na estrada.

Nem sempre tudo é como flores. Hoje mesmo é um dia difícil. Mas é justamente por isso que eu quis me abrir com você aqui.

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Lorrane Doe

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